A enxaqueca é uma doença muito mais comum do que se imagina. Estudos mostram que chega a afetar cerca de 20% das mulheres e 5 a 10% da população masculina. Trata-se de uma doença crônica de alto custo pessoal, social e econômico. Entretanto, é freqüentemente tratada como uma simples dor de cabeça, não chegando a receber os medicamentos específicos, mais eficazes, já disponíveis no país.
A Sociedade Brasileira de Cefaléia preparou este material com o objetivo de facilitar o reconhecimento da doença, levando eventuais pacientes a procurar assistência médica para confirmação do diagnóstico. Além disso, para indivíduos sabidamente enxaquecosos, são apresentadas informações que podem ajudar a diminuir a freqüência das crises e o convívio com a doença.
O que é enxaqueca?
Enxaqueca é uma doença neurovascular que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça que podem ocorrer com uma freqüência bastante variável: enquanto alguns pacientes apresentam poucas crises durante toda a vida, outros relatam diversos episódios a cada mês.
Uma crise típica de enxaqueca é reconhecida pela dor que envolve metade da cabeça, piora com qualquer atividade física e está freqüentemente associada à náusea, vômitos e desconforto com a exposição à luz e sons altos, podendo durar até 72 h. Um conjunto de sintomas neurológicos, conhecido pelo nome de aura, costuma acompanhar o quadro de dor. Portanto, não se trata de uma simples dor de cabeça.
Como reconhecer a enxaqueca?
Nem sempre o paciente apresenta todos os sintomas típicos de enxaqueca. Entretanto, o médico é capaz de reconhecer a enxaqueca pelo quadro clínico. De qualquer forma, a avaliação médica é fundamental para excluir outras causas de dor de cabeça antes de dar início ao tratamento.
O que é aura?
Aura é o nome que se dá ao conjunto de sintomas neurológicos que, nas crises de enxaqueca, se apresentam geralmente um pouco antes da dor de cabeça. A aura visual é a mais comum. Pode se apresentar como flashes de luz, como falhas no campo visual ou imagens brilhantes em ziguezague. Outros sintomas neurológicos são mais raros.
O que são fatores desencadeantes?
São estímulos capazes de determinar o surgimento de uma crise de enxaqueca nos indivíduos predispostos. Para cada paciente os fatores desencadeantes variam, mas entre eles podemos destacar:
* estresse;
* sono prolongado;
* jejum;
* traumas cranianos;
* ingestão de certos alimentos como chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas;
* privação da cafeína, nos indivíduos que consomem grandes quantidades de café durante a semana e não repetem a ingestão durante o fim de semana;
* uso de medicamentos vasodilatadores;
* exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas;
* mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes;
* alterações climáticas;
* exercícios intensos;
* queda dos níveis hormonais que ocorre antes da menstruação.
É possível evitar as crises?
Sim. A identificação de possíveis fatores desencadeantes das crises é fundamental para obter um melhor controle da doença. Além disso, os pacientes podem tomar alguns cuidados:
* distribuir adequadamente a carga de trabalho, evitando acúmulo no escritório e o estresse de levar trabalho para casa;
* evitar estender o sono além do horário usual de acordar;
* evitar fadiga excessiva;
* fazer as refeições em horários regulares e não “pular” refeições;
* eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises;
* reduzir a ingestão de café e chá;
* evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica;
* evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes;
* não se exercitar em dias muito quentes.
Como são tratadas as crises?
As crises podem ser classificadas conforme o grau de comprometimento das atividades cotidianas experimentado pelo paciente.
* Leves: não interferem com as atividades.
* Moderadas: interferem com as atividades.
* Graves: incapacitam o paciente para suas atividades.
As crises leves muitas vezes se resolvem com medidas simples como sono ou repouso. Já as crises moderadas e graves devem receber tratamento medicamentoso, orientado por um médico.
FONTE: Sociedade Brasileira de Cefaléia
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