As primeiras descrições da cefaleia em salvas datam do século XVII, sendo a mais antiga de 1641. Os aspectos clínicos têm sido abordados na literatura desde a metade do século XIX, sob várias denominações. Por muito tempo, essa forma clínica de dor de cabeça foi conhecida como “cefaleia histamínica” ou “cefaleia de Horton”. O termo cefaleia “em salvas” foi estabelecido em 1979 no Brasil e se tornou a designação oficialmente aceita e recomendada pela Sociedade Brasileira de Cefaleia.
A cefaleia em salvas é considerada rara, quando comparada aos outros tipos de dor primária, porém, este conceito tem sido modificado ao longo dos anos. Hoje, na opinião da maioria dos autores, a cefaleia em salvas é responsável por 6% do total de casos de dor de cabeça. É mais comum em homens, numa razão em torno de 3:1 e pode iniciar-se em qualquer idade, sendo mais comum o início na segunda ou terceira décadas de vida.
A cefaleia em salvas é caracterizada por dor intensa, unilateral, geralmente em torno da órbita, durando de 15 a 180 minutos, se não tratada. Pode ser acompanhada de vermelhidão no olho, lacrimejamento, congestão nasal e queda da pálpebra do mesmo lado da dor. O paciente refere sensação de inquietude ou agitação durante a crise. As crises têm uma freqüência de uma a cada dois dias a oito por dia. É caracterizada pela ritmicidade e por ser freqüentemente noturna, acordando o paciente no meio da noite. Acredita-se que esta dor tenha sua origem no hipotálamo, estrutura cerebral responsável por alguns mecanismos muito importantes para a regulação do corpo humano, incluindo controle temperatura, da regulação hormonal e do sono.
Uma investigação laboratorial do sono, a polissonografia, deverá ser solicitada de acordo com a idade e o índice de massa corpórea (calculado através do peso e da altura) para se avaliar possível concomitância com Apneia do Sono, que caso esteja presente, deverá também ser tratada.
O tratamento é feito durante a salva, ou seja, o período em que o indivíduo fica suscetível à dor, devendo ser suspenso no período livre de dor. O tratamento preventivo consiste em uma medicação que irá evitar o aparecimento da dor e deverá ser tomada regularmente. Deverá ser iniciado tão logo se inicie a salva. O tratamento da crise é para reduzir o tempo de dor e varia desde o uso de medicamentos sublinguais e injetáveis até o uso de oxigênio úmido sob máscara.
O importante é que o diagnóstico seja feito corretamente e que as medidas terapêuticas sejam tomadas precocemente, evitando maior tempo de sofrimento pelo paciente.
sábado, 18 de abril de 2009
TIPOS DE DOR DE CABEÇA - Cefaleias em Salvas
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